
Por Alan Caldas (Editor)
Quem a vê sorrindo e cheia de energia e planos não sabe. Mas no dia 7 de dezembro de 2016, Daiane vinha de Porto Alegre com o marido e desde o início da manhã sentia muita dor de cabeça. Quando passavam pelo Posto Sapatão ela desmaiou. E acordou no hospital. Cheia de equipamentos e entubada. Teve um AVC isquêmico que lhe paralisou um lado do corpo. Ficou 10 dias no hospital e por 3 meses precisou de fisioterapia intensa. Sofreu muito. Chorou muito. Se desesperou várias vezes. Mas encontrou a mulher guerreira que havia dentro dela. E se recuperou.
Perguntei de onde tirou forças e ela respondeu, sorrindo lindamente:
– Dos meus antepassados é claro!
Muitos não se interessam para o que foram e o que fizeram os pais, avós, bisavós e tataravós. Mas quase tudo que somos tem a ver com a nossa linhagem familiar. E Daiane não foge à regra.
A bisavó materna dela, por exemplo, aos 8 anos precisou vir da Itália de navio com a família em condições precaríssimas. O mesmo e ainda mais forte (porque com língua mais difícil de compreender) ocorreu com seu bisavô, Carlos Bieleski, que veio da Polônia. E ambos vieram para vencer, para ficar e nunca mais voltar. Se encontraram aqui e se uniram, e as histórias de coragem, esperança, resistência e dificuldades deles foi contada e recontada centenas de vezes entre seus descendentes. E esse romance familiar estruturou a personalidade da Daiana.
Filha de agricultores de Coronel Bicaco ela nasceu em Santo Augusto, às 9h30m do dia 8 de maio de 1988.
A mãe, Rosa Oliveira, tinha 25 anos. E o pai, João Ademar Bieleski, 26. Daiane tem apenas uma irmã, Jaíne Bieleski.
Daiane deixou Coronel Bicaco aos 18 anos, primeiro para fazer faculdade e a seguir para morar com o hoje esposo, Luciano Neuhaus, que é da na mesma cidade mas veio para Dois Irmãos trabalhar no Grupo Herval.
Vida familiar e pessoal
Daiane traz lindas recordações dos avós paternos, Francisco Bieleski e Maria Juvelina Belon Bieleski. O avô era agricultor, faleceu aos 87 anos e adorava contar lendas e histórias de além mar aos netos. A vó também era agricultora e faleceu em 2017, deixando na memória da neta as caminhadas que faziam pela mata e pomar, colhendo frutas.
Da avó materna, Maria Helena Oliveira, Daiane guarda lembrança dela cozinhando uma deliciosa polenta com galinha. Era agricultora e faleceu aos 65 anos, quando a neta tinha 17.
O avô, Luiz Gessi Oliveira, mora em Coronel Bicaco. Tem mais de 90 anos de idade e era o parceirão dos netos na alegria dos acampamentos e pescarias.
Ao todo, Daiane teve 16 tios. Por parte da mãe: Vilma, César, Ana Claudia, Cleni, Augusto, João (falecido) e Roseli (falecida). Por parte de pai: Daniel, Lurdes, Izabel, Anita, Vera, Maria Joana, Cristina, Paulo (faleceu com 2 anos de idade) e Tereza (falecida).
De origem católica, ela recorda da família indo à missa todo sábado e domingo. Iam todos juntos, caminhando vários quilômetros até chegar na igreja, em Coronel Bicaco.
Atualmente Daiane segue a doutrina espírita. Buscou o kardecismo tentando encontrar respostas para os acontecimentos da sua vida.
Na juventude Daiane não saia sem os pais. Mas eles eram companheiros e a levavam a tudo. Ela dançava no CTG e integrava um grupo de teatro. E foi num baile de domingo a tarde que conheceu seu único namorado e hoje esposo e sócio. Hoje ela frequenta o CTG com os filhos, lhes ensinando a tradição.
Ela gostava de poesia e tinha um caderno com poesias dela mesma, inspiradas em Mário Quintana, o seu autor favorito.
O sonho do pai era ver a filha formada em advocacia. Não era o dela. Mas Daiane foi cursar Direito na Unijuí, aos 18 anos. Ela queria mesmo era cursar Artes Visuais, e após dois semestres em Direito ela viu que não servia para aquilo. Aí decidiu mudar e veio para Dois Irmãos.
Chegou em 27 de janeiro de 2007 e foi morar com o namorado. Casaram quando ela engravidou da primeira filha, Sophia, em 2014. E, já casada, teve o segundo e último filho, Bernardo.
Daiane teve outra gravidez, dos gêmeos João e Francisco, que não chegaram a nascer mas que permanecem no coração da mãe.
É hiperativa. Está sempre realizando algo. Não desliga nunca. Nas (raras folgas) ela viaja com a família. Foram várias vezes ao Nordeste e diz que a próxima viagem será para realizar seu grande sonho de casar no Havaí, “naquele lindo ritual havaiano”.
O trabalho a consome, mas devido ao AVC ela sabe que precisa cuidar da saúde. Sabe que aquilo foi um aviso, um limite, um “pense bem”, e a partir dali os cuidados em relação a saúde são constantes e diários.
Trabalho e vida profissional
Daiane chegou em Dois Irmãos e foi trabalhar nos Calçados Pegada. Ficou ali por quase um ano. Mas seu destino a chamava e ela decidiu abrir sua própria empresa.
Entrou na área de moda, uma loja de bijuterias, porque a moda era uma paixão dela desde a infância. Aos 8 anos de idade, por exemplo, Daiane já criava em casa seus próprios acessórios, primeiro em papel e, depois, em miçanga.
Quando abriu sua loja, a Glamour Bijuterias, em 5 de junho de 2008, Daiane conseguiu unir os dons da criatividade e comunicação, aliados ao gosto pela moda.
No ano seguinte comprou a loja Charmony e trocou o nome para Charme. Hoje, o empreendimento tem enorme destaque na cidade e região e o marido Luciano Neuhaus tornou-se também seu sócio.
Daiane é dessas pessoas que têm liderança e energia de sobra. No auge da pandemia, por exemplo, ela não permaneceu parada. Batalhou pela a reabertura do comércio e para que a cidade não fosse tão atingida pela crise sanitária. Fez até distribuição de máscaras para a população, em sinaleiras e hospitais. Se destacou como líder e como cidadã, mostrando que é uma mulher guerreira, uma empresária de sucesso, uma mãe dedicadíssima e que tem como meta de vida “lutar sempre, vencer às vezes, mas desistir nunca!”
Tornou-se sem dúvida a mulher empoderada que sempre lutou pelo que sonhou.
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DAIANE BIELESKI
Esposa de: Luciano Neuhaus
Mãe de: Sophia e Bernardo
Filha de: João Ademar Bieleski e Rosa Oliveira
Irmã de: Jaíne Bieleski
Neta de: Francisco Bieleski e Maria Juvelina Belon Bieleski, e de Luiz Gessi Oliveira e Maria Helena Oliveira
Bisneta de: Carlos Bieleski e Joana Bratkoski