Vítima da Covid-19, homem de 39 anos morreu após 14 dias de internação

26/06/2020
João Gilberto dos Santos faleceu no dia 19 de junho

João Gilberto dos Santos faleceu no dia 19 de junho

Acometido pela Covid-19, João Gilberto dos Santos, de 39 anos, morreu no último dia 19 de junho, 14 dias após dar entrada no Hospital de Sapiranga, cidade onde morava. Ele foi a 422ª vítima da doença no Rio Grande do Sul, que na última quinta-feira, dia 25, registrava mais de 500 óbitos decorrentes do coronavírus. 
Foi o primeiro óbito por Covid-19 em Sapiranga. “Ele não acreditava na doença”, diz a companheira Iara Cunha, de 48 anos, contando que o casal promoveu inclusive um almoço no dia 31 de maio, para 11 pessoas. Destas, 9 testaram positivo para a Covid-19 na semana seguinte. “Na sexta-feira (dia 29 de maio) ele começou a se queixar de dores no corpo, mas foi trabalhar. Já no domingo, depois do almoço, começou com febre”, conta Iara, relatando que inicialmente acharam se tratar de uma gripe comum, porém, durante a semana os sintomas se agravaram. Segundo ela, foram pelo menos três atendimentos na UPA local até a internação, que ocorreu no dia 6 de junho. Neste dia, após atendimento na unidade, João Gilberto foi encaminhado ao hospital. Ele foi entubado já no dia seguinte. 
De acordo com Iara, João Gilberto não tinha nenhuma doença, mas apresentava excesso de peso, o que o incluía no grupo de risco. “Ninguém queira imaginar o que é passar por isso”, diz Iara, emocionada, pedindo que as pessoas sigam as orientações do Ministério da Saúde, usem máscara e álcool gel e respeitemo isolamento social, para proteger a vida daqueles que amam. 


Quem era João Gilberto
Longe da família biológica, João Gilberto viveu até os 18 anos de idade em um orfanato de Boa Vista do Buricá, a 20 quilômetros da sua terra natal, Três de Maio. Mas, ainda na infância, foi abraçado por seus pais de coração, Leonir Gonçalves Soares e Luíza Menezes Soares, que cumpriram o papel de pai e mãe, despendendo amor e carinho em cada visita. 
Durante alguns anos, depois de João Gilberto chegar à maioridade, eles se afastaram em razão de mudanças de endereço, porém, se reencontraram no final dos anos 90, quando Leonir e a família vieram morar em Dois Irmãos e descobriram que João Gilberto vivia em Sapiranga. De lá para cá, nunca mais se separaram.  
Filho de coração, ele era o mais velho de uma família de cinco irmãos. Além dele, são quatro mulheres. “Ele era o nosso guri”, lembra Leonir, aprendendo a lidar com a saudade do seu eterno menino, arteiro que só ele. “O João estava sempre alegre, feliz; onde ele estava, as pessoas estavam sorrindo, brincando”, diz Leonir.
A imagem do menino alegre e brincalhão deu lugar a um homem que, apesar das adversidades, cultivava as características da adolescência. Apelidado de “Papagaio”, porque adorava conversar, João Gilberto gostava de passear e fazer churrasco com a família. O último na casa do seu Leonir foi em 17 de maio. “Fizemos uma cabeça de porco assada”, lembra ele.
João Gilberto era festeiro. “Ele gostava de um baile; adorava a Banda Rainha Musical”, conta Iara Cunha, sua companheira há cerca de dois anos. Assim como Leonir, ela também lembra de João Gilberto como uma pessoa extremamente sorridente. “Era uma pessoa muito alegre, para ele não tinha tempo ruim”, conta Iara, que aprendeu com ele a levar a vida de forma mais leve. “Acredito que nossas vidas se encontraram para que nos tornemos pessoas melhores”, completa.
Atualmente, João Gilberto trabalhava como entregador de móveis em uma loja de departamentos. “Ele estava em um momento muito bom da vida dele. Tinha um emprego que gostava e estava perto do filho e da família”, diz Iara, contando que o menino Gabriel, de 12 anos - filho do primeiro casamento - era o grande amor da vida dele. “Parece que Deus fez o xerox do João”, diz Leonir, ao recordar a semelhança entre João Gilberto e Gabriel.


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