Reparo de rodovias do RS custaria R$ 4,89 bilhões; valor é o segundo maior do Brasil

23/10/2019
Fonte: GaúchaZH

Fonte: GaúchaZH

O custo para manutenção e reparo de 8,9 mil quilômetros de rodovias gaúchas é de R$ 4,89 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT). É o segundo valor mais alto do país, atrás somente de Minas Gerais, onde seriam necessários R$ 6,67 bilhões. A estimativa de investimento para recuperação da malha rodoviária consta na mais recente pesquisa da CNT, divulgada nesta terça-feira (22). Anualmente, a entidade analisa e classifica as condições das estradas em todo o país. Para reparar as rodovias brasileiras, o aporte necessário seria de R$ 38,6 bilhões.
O valor bilionário reflete as más condições das estradas gaúchas. Segundo o estudo, um em cada 10 pontos críticos de rodovias do país fica no Rio Grande do Sul – são 78 trechos no Estado, dos 797 espalhados pelo Brasil. Somente Maranhão (231) e Ceará (106) concentram mais pontos críticos do que o Rio Grande do Sul. Por causa da deficiência nas estradas, o custo operacional do transporte no Estado aumentou 29%, conforme a CNT. Até setembro, foram investidos R$ 573,09 milhões dos R$ 685,35 milhões autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária no Rio Grande do Sul.
Apesar do panorama negativo, a malha rodoviária gaúcha tem condições semelhantes à média nacional. Tanto no país quanto no Rio Grande do Sul, 59% das vias são consideradas regulares, ruins ou péssimas, enquanto 41% são avaliadas como boas ou ótimas. Para o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, os números da pesquisa sintetizam o processo de abandono da malha rodoviária brasileira. Na sua análise, os governos - tanto os estaduais, quanto o federal - dão pouca ênfase à prevenção das vias.
— Nenhum impacto nas rodovias surge da noite para o dia, sempre são processos evolutivos. Como os Estados normalmente não fazem um bom trabalho de manutenção, quando decidem solucionar um problema, tomam um susto. É uma bola de neve que só vai crescendo, resultado de um histórico de má gerência — resume Batista.


DEFICIÊNCIA
Por causa da deficiência nas estradas, o custo operacional do transporte no Rio Grande do Sul subiu para 29%, conforme a CNT. No ano passado, o incremento era de 23,9%.
— Essa deterioração das rodovias faz com que novos custos incorram sobre a atividade de transporte, penalizando a cadeia produtiva e encarecendo os serviços de um Estado que já enfrenta problemas econômicos. É um fator perverso — acrescenta o diretor.
De acordo com a CNT, a situação das estradas gaúchas piorou. Na pesquisa deste ano, 59,4% tinham problemas, sendo consideradas regulares, ruins ou péssimas (em 2018, eram 54,7%). Do outro lado, 40,6% levam o selo de bom ou ótima - no ano passado, 45,3% o receberam. Uma das causas está no investimento tímido diante das dificuldades financeiras, admite o secretário de Logística e Transportes do Estado, Juvir Costella. Neste ano, R$ 301 milhões foram destinados para a malha rodoviária estadual - e ele calcula que o triplo seria necessário para dar conta de todos os serviços. Desse valor, R$ 171 milhões foram para o reparo de rodovias e R$ 130 milhões para a duplicação da ERS-118.
— É humanamente impossível que o Estado, que, hoje, não tem a mínima condição nem de pagar o servidor em dia, consiga resolver isso sozinho. Não estamos trabalhando com os valores ideais, mas, em um ano em que podíamos ficar sem nada, conseguimos avançar — pontua Costella.
Para atrair investimentos, o governo aposta na concessão das estradas administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que está nos planos de extinção de Eduardo Leite. O processo mais avançado é o da RS-287, que deve ter edital lançado em novembro. Depois, no início de 2020, deve sair o da RS-324. O levantamento da CNT ainda mostrou que as rodovias concedidas no Rio Grande do Sul (ao todo, 1.890 quilômetros analisados) estão em melhores condições para os motoristas do que aquelas administradas pelo poder público (no total, 6.984). Pelo estudo, as estradas avaliadas como boas ou ruins sob a responsabilidade da iniciativa privada são 55% - no outro lado, as pelos órgãos públicos são 36,7%. Já 44,8% das rodovias concedidas são consideradas regulares, ruins ou péssimas no Estado, já na análise das administradas pelo poder público, o percentual sobe para 63,6%.


Raio-X no Brasil
- 59% da malha rodoviária é considerada regular, ruim ou péssima.
- 41% da malha rodoviária é considerada boa ou ótima.
- O pavimento tem problemas em 52,4% da extensão avaliada e condições satisfatórias em 47,6%. Em 0,9%, está totalmente destruído.
- A sinalização é considerada regular, ruim ou péssima em 48,1% da extensão avaliada. 51,9% têm condições ótima ou boa.
- Existem 797 pontos críticos nas rodovias do país.
- As más condições das estradas aumentam em 28,5% o custo operacional do transporte no país.
- Até setembro, foram investidos R$ 4,78 bilhões (77,1%) dos R$ 6,2 bilhões autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária.
- Os acidentes causaram um custo de R$ 9,73 bilhões no país em 2018.
- A má qualidade das rodovias gera um consumo desnecessário de 931,8 milhões de litros de diesel, gerando um custo de R$ 3,3 bilhões aos transportadores.


Raio-X no Rio Grande do Sul
- 59,4% da malha rodoviária é considerada regular, ruim ou péssima.
- 40,6% da malha rodoviária é considerada boa ou ótima.
- O pavimento tem problemas em 49,1% da extensão avaliada e condições satisfatórias em 50,9%. Em 0,6%, está totalmente destruído.
- A sinalização é considerada regular, ruim ou péssima em 52,5% da extensão avaliada. 47,5% têm condições ótima ou boa.
- Existem 78 pontos críticos nas rodovias do Estado.
- As más condições das estradas aumentam em 29% o custo operacional do transporte no Estado.
- Até setembro, foram investidos R$ 573,09 milhões (83,6%) dos R$ 685,35 milhões autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária.
- Os acidentes causaram um custo de R$ 581,83 milhões no Estado em 2018.
- A má qualidade das rodovias gera um consumo desnecessário de 71,1 milhões de litros de diesel, gerando um custo de R$ 251,94 milhões aos transportadores.


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