Ciclone ou tempestade? O que é o Yakecan, fenômeno que pode levar neve e ventos de 110km/h ao RS

17/05/2022
Fonte: g1 RS

Fonte: g1 RS

Um fenômeno que chega ao Rio Grande do Sul nesta terça-feira (17) pode causar tanto neve, na Serra, como carregar ventos de 110 km/h no litoral Norte e Sul do Estado. O Yakecan foi reclassificado de ciclone para tempestade, ou seja, subiu de categoria. Ele começa a atingir o estado pelo Sul, especialmente em Rio Grande, e sobe pelo litoral até o sul de Santa Catarina. Marinha, Defesa Civil estadual, universidades e prefeituras realizam ações para se prevenirem dos possíveis estragos causados pelo sistema.

 

O que significa Yakecan?

A expressão Yakecan significa “o som do céu” em tupi-guarani. A nomenclatura foi oficialmente estabelecida por meio do aviso especial nº 356, publicado no site do Centro de Hidrografia da Marinha.

 

Ciclone ou tempestade?

Em formação ao longo do dia, o ciclone subtropical já foi reclassificado como tempestade subtropical. De acordo com a Marinha, devem ocorrer ventos estimados de 48 nós (88 km/h) nos setores sul e sudoeste e de 40 nós (75 km/h) nos setores noroeste e norte do sistema. O deslocamento previsto para o sistema é para oeste a noroeste, em direção à costa, quando poderá ser classificado como tempestade tropical, a partir da noite desta terça (17) até a noite de quarta (18).

Segundo a meteorologista Carine Gama, da Climatempo, ciclone é o nome que se dá aos sistemas de baixa pressão atmosférica onde o ar se movimenta no sentido horário, no hemisfério Sul, e no sentido anti-horário no hemisfério Norte. Eles são associados com grandes áreas de nuvens carregadas que provocam chuva intensa. A diferença de pressão atmosférica entre o centro do sistema e a porção mais externa aumenta a velocidade do vento. Já a tempestade, embora seja uma formação semelhante, tem magnitude maior. Quando assume ventos de velocidade entre 89km/h a 117km/h, pode ser reclassificada quando se aproxima da costa.

Em ambos os casos, porém, o Yakecan é considerado um sistema subtropical. A principal diferença entre as classificações tropical, subtropical e extratropical se dá porque, próximo da superfície, o centro dos ciclones extratropicais é mais frio do que a atmosfera ao redor, enquanto que o centro dos ciclones subtropicais é mais quente do que a atmosfera ao redor. Isso deixa a atmosfera mais instável e aumenta as condições para ocorrência de tempestades severas.

 

Ventos

O que chama a atenção dos meteorologistas é que a trajetória dessa tempestade é anômala, pois tende a avançar do mar para o continente. O comum é que esses ciclones passem pela costa e avancem para alto-mar. Eles podem provocar ventos intensos nas proximidades do litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, podendo atingir 60 nós (110 km/h) entre os dias 15 e 19.

Os ventos realmente perigosos devem ser sentidos no litoral e em todo o sul e leste do Rio Grande do Sul, incluindo a Região Metropolitana Porto Alegre, além da serra gaúcha. A Capital deve ficar em alerta para a ventania ciclônica até a noite da quarta-feira (18). Na madrugada e manhã de quinta (19), o vento já terá enfraquecido.

Há previsão de mar grosso a muito grosso, com alturas de ondas entre 3m e 6m, em alto-mar, entre ambos os estados, nas manhãs de 15 a 19 de maio. A Marinha alerta aos navegantes que consultem as informações oficiais antes de irem ao mar e solicita ampla divulgação às comunidades de pesca e esporte e recreio.

 

Neve

A tempestade também empurra a umidade do mar em cima de um ar frio. Por isso, há risco de nevar na serra gaúcha, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Se não em flocos, como ela se caracteriza, como chuva congelada ou congelante. Neve se caracteriza quando cai em forma de floco. Já a chuva congelada também cai em forma de floco, mas, no caminho ao solo, fica líquida e depois volta à forma de gelo. A chuva congelante começa líquida e só congela ao tocar a superfície.

Nesta terça (17), Cambará do Sul registrou 4°C, com sensação de -4,3°C. Em Vacaria, os termômetros marcaram 3,6°C, com sensação de -3,5°C. E, em Canela, 4,7°C, com sensação de -2,7°C. A tempestade também provoca chuvas de moderada a forte intensidade que devem atingir quase todas as áreas do estado. A região de Uruguaiana é a única com tempo aberto, poucas nuvens e sem possibilidade de chuva.


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