Câmara debate sobre drama da traumatologia na saúde pública

17/06/2020
São muitos casos de pessoas que aguardam por cirurgias

São muitos casos de pessoas que aguardam por cirurgias

A situação de pacientes que necessitam de cirurgias em traumatologia foi debatida na segunda-feira (15), na Câmara de Vereadores de Dois Irmãos. Paulinho Quadri (MDB) levantou o assunto na tribuna, numa manifestação indignada.
– Gostaria de pedir que se faça um ofício para convocar a senhora Ana Rodrigues, da 1ª Coordenadora Regional da Saúde do Estado, para dar explicações sobre a situação dramática da traumatologia, que tem como referência Canoas. Tem pessoas com fêmur, pernas e braços quebrados há 60, 90, 120 dias, e a desculpa de Canoas é que vão chamar. Mentira! A Coordenadoria do Estado tem que dar explicações. Toda semana tem gente precisando de cirurgia e Canoas só enrola. Nós não somos papel higiênico para enrolarem tanto o povo. O Governo do Estado virou as costas na saúde pública – declarou o vereador.
Paulino Renz (PDT) concordou com o colega:
– Tenho uma cunhada que faz mais de três anos que quebrou o pé. Ficou cinco dias no HPS, mandaram ela embora e até hoje aguarda cirurgia. Nunca fui um cara de chegar aqui e culpar a prefeita, mas com certeza ela já poderia ter cobrado do pessoal da saúde, pois ela tem a voz mais alta da cidade. Nós, vereadores, também poderíamos ter agido mais cedo, pois o que eles fazem com o nosso povo no Brasil inteiro é vergonhoso.
O presidente Joracir Filipin (PT) disse que providenciará o ofício.
– É difícil conseguir trazer a coordenadora neste momento, mas vamos mandar um ofício e vamos cobrar. Acredito que a prefeita, o secretário da Saúde e a coordenadoria devem vir aqui dizer onde está o problema e quem está errando. Nós cobramos porque a população vem até nós. Temos que cobrar, porque recurso na área da saúde tem.


Vereador sugere especialidade no hospital
Sérgio Fink (PDT) disse que é preciso ser prático.
– Temos que analisar quanto custaria comprar alguns equipamentos para ter a especialidade de traumatologia no nosso hospital. Se pegarmos só o que foi gasto, ultimamente, em algumas obras que são, talvez, necessárias; em alguns aditivos e em algumas locações que eu tenho dúvidas; poderíamos incluir a especialidade de traumatologia no contrato que o município tem com o IBSAÚDE. Quanto isso custaria ao município por ano e o que traria de benefício para as pessoas? – questionou. 
Para o pedetista, é o momento do município também tentar resolver a questão.
– Condições, tem! Inclusive agora que está vindo do governo federal muito recuso para a área da saúde. A previsão é de R$ 4,2 milhões de auxílio emergencial em três parcelas, e Dois Irmãos já deve ter recebido mais de R$ 1 milhão. Acredito que todos aqui autorizariam que se fizesse um aditivo no contrato do IBSAÚDE para termos traumatologia – acrescentou.


Vereadora diz que não é viável
Celina Christovão (MDB) concorda que a situação precisa melhorar. 
– Realmente, quando é uma emergência, se consegue cirurgia no dia ou na sequência. Mas, quando é uma cirurgia que não tem pressa (eletiva), infelizmente está muito demorado. Temos que ver uma forma de agilizar isso. Canoas é nossa referência em traumatologia, não temos outro lugar para levar – explicou a vereadora.
Sobre ter a especialidade de traumatologia no Hospital São José, Celina, que trabalha na saúde pública de Dois Irmãos, entende que não é viável.
– Seria maravilhoso, mas o nosso hospital é pequeno. Teríamos que investir muito dinheiro. Para manter um traumatologista-cirurgião 24h não é assim tão simples. Ficaríamos com o mesmo problema, pois, dependendo da cirurgia, às vezes o paciente precisa ser internado em uma UTI depois – comentou.


Descaso com o povo, lamentam vereadores
Elony Nyland (MDB) fez críticas ao sistema como um todo.
– Nos últimos 30 dias, venho acompanhando uma família com um caso no HPS e que depois foi transferido para o hospital da Ulbra. É só o cotovelo quebrado, mas agora o osso já ‘grudou’ novamente e vão ter que quebrar de novo para depois arrumar o braço. É lamentável, ridículo, chega a ser nojento isso aí. É uma desconsideração ao ser humano.
Paulino Renz (PDT) citou outro caso, de um rapaz do bairro Bela Vista que passou por cirurgia na perna há dois anos e até hoje não conseguiu tirar os pinos.
– O que esse pessoal do HPS e da Ulbra faz com o nosso povo é um descaso! Nossa saúde está indo de mal a pior – protestou o pedetista.


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