
Eronildo da Silva / Leila Giehl
Conforme a Federação Gaúcha do Trabalho e Ação Social, o saldo de contratações de trabalhadores estrangeiros no Estado no ano passado, 2023, foi de 6.745 no Rio Grande do Sul. O RS tem aproximadamente 28 mil estrangeiros trabalhando em regime formal, ou seja, legalizados.
Em Dois Irmãos existem igualmente muitos “estrangeiros”. Não se sabe ao certo quantos são. Acredita-se em um número próximo de 700 pessoas vindas de fora do país para morar aqui. E é só andar pelos supermercados, escolas e lojas e logo ouvirá vozes com sotaque espanhol, pois a imensa maioria vem da Venezuela, onde o espanhol é a língua oficial.
Se não se sabe o número exato de quantos vieram para Dois Irmãos, sabe-se, porém, o número dos que chegaram aqui em condições precaríssima. E por chegar em condições precárias, eles necessitam de apoio do serviço social local.
Normalmente os estrangeiros vêm morar com algum parente ou conhecido que já está vivendo e trabalhando aqui. Dessa forma, muitos já chegam com destinação de trabalho. Chegam, moram um tempo e logo buscam alugar um local para si.
Outros, porém, segundo a Chefe do Departamento de Assistência Social, Leila Giehl, chegam na cidade precisando de tudo. Ou quase tudo. E então recorrem ao CRAS para conseguir alimento, roupas, móveis e demais necessidades. E não são poucos que chegam nessas condições.
Segundo Eronildo da Silva, que é Secretário de Desenvolvimento Social e Habitação, entre janeiro e março deste ano 60 famílias acessaram o Centro de Referência de Assistência Social de Dois Irmãos, o CRAS solicitando amparo. Essas 60 famílias, diz Eronildo, representam ao todo 215 pessoas.
Em relação a “de onde” elas vêm, o secretário Eronildo informa que uma é família vinda da Argentina, uma é família vinda do Paraguai e 58 são famílias que vieram da Venezuela.
Em número de pessoas, nessas 60 famílias se tem:
– 75 mulheres adultas,
– 52 homens adultos,
– 72 crianças de 0 a 11 anos e
– 16 adolescentes de 12 a 17 anos.
O fenômeno da “internacionalização humana” é recente em Dois Irmãos. Mas, como se constata pelas ruas, lojas, mercados, escolas e eventos, está se acentuando e é uma tendência que tende a crescer e não a diminuir. (Por Alan Caldas – Editor)