
Moradora de São Leopoldo, Janete precisou abandonar a sua casa no bairro Vicentina. Conseguiu salvar a cachorrinha de estimação, Priscila, e uma bolsa com documentos
O ginásio do Seminário Maria Auxiliadora, da Comunidade Católica de Dois Irmãos, segue acolhendo vítimas da enchente no Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira (29), 20 pessoas estavam acolhidas no local, assistidas por voluntários.
O seminário chegou a abrigar mais de 40 pessoas, a maioria delas resgatadas na cidade de São Leopoldo. Aos poucos, algumas já retornaram às suas casas. Outras estão limpando as residências, com o objetivo de deixar o abrigo em breve.
No entanto, há também quem viva a incerteza de quando voltará para casa, a exemplo da dona Janete Garcia Cruz, de 61 anos, moradora do bairro Vicentina, em São Leopoldo. Nesta quarta, a água ainda estava alta, atingindo a metade da residência na qual ela mora há 21 anos. “Em junho do ano passado, a água chegou a 1 metro, mas em questão de dois dias, ela havia escoado”, conta Janete, relatando que à época chegou a perder alguns móveis.
Desta vez, ela perdeu tudo. “Minha casa foi coberta pela água. Lutei tanto para ter as coisas e perdi tudo”, lamenta, contando que, quando saiu de casa, na manhã do dia 4 de maio, a água já batia na altura da cintura. Dali, Janete buscou abrigo na casa da filha, no bairro Rio do Sinos, também em São Leopoldo. “Ainda no sábado, a água começou a subir lá também”, lembra a moradora, que, junto de outras pessoas, precisou acessar o segundo andar de uma residência para se salvar. Ela e familiares foram socorridos de barco pelo Corpo de Bombeiros. “Enquanto aguardávamos o socorro, só ouvíamos o barulho de água e gritos de socorro”, lembra emocionada.