
Lançamento do projeto ocorreu na quinta-feira (Fotos: Divulgação / PMDI)
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação e a Coordenadoria da Mulher de Dois Irmãos, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS), Poder Judiciário e Promotoria Pública, estão criando os Grupos Reflexivos de Gênero, destinados a autores de violência contra a mulher.
O projeto tem como objetivo que homens agressores reflitam sobre seu comportamento, visando sua reeducação. A iniciativa é coordenada pela assistente social Silvia Cristina Ferreira Maciel, que conta com formação junto ao Tribunal de Justiça do Estado. Ela virá de Sapiranga de forma voluntária.
– Nos encontros – um total de seis, que devem iniciar em julho –, queremos sensibilizar pela não violência com muito diálogo e esclarecimentos. Muitos homens chegam na primeira reunião em situação semelhante, negando as ameaças e agressões contra as companheiras, mas ao final agradecem e veem a importância de estarem ali compartilhando suas situações e ideias. No grupo, ninguém é julgado – destaca Silvia.
A apresentação do projeto aconteceu na última quinta-feira (25), na prefeitura, e também contou com as presenças do prefeito Jerri Meneghetti, vice-prefeito Juarez Stein, secretário de Desenvolvimento Social e Habitação, Leo Büttenbender; coordenadora da Coordenadoria da Mulher, Claudete Fritzen; juiz da Comarca de Dois Irmãos, Miguel Carpi Nejar; advogada Luíse Gabriela Schneider, promotor Wilson Grezzana, coordenadora pedagógica administrativa da Secretaria de Educação, Marlene Lucia Schmitt; e procurado jurídico Daniel Rossato Rodrigues.
– Apesar das campanhas da não violência contra a mulher e de toda uma rede de apoio às mulheres, os números registrados de ameaças e violência contra o gênero são alarmantes. Enquanto tiver um registro, não podemos parar nosso trabalho de proteção – disse o prefeito Jerri, ressaltando que o projeto vem a calhar com a necessidade.
O juiz Miguel destacou que os grupos reflexivos tentam interromper a escalada de violência doméstica que podem culminar em feminicídio.
– O primeiro passo é conscientizar a vítima sobre a violência. O segundo é tentar conscientizar o agressor e auxiliá-lo para que ele não seja reincidente – observou ele.
– A violência doméstica não se restringe as agressões físicas, podendo ocorrer de diferentes formas, como violência psicológica, sexual, patrimonial e moral. O projeto é de extrema importância para trabalhar o machismo estrutural, reeducando para que não haja reincidência – acrescentou o promotor Wilson.
Como funciona o projeto
Após a vítima de violência registrar ocorrência e solicitar medida protetiva (com base na Lei Maria da Penha), o agressor é intimado judicialmente, tendo que respeitar a distância de 400 metros e a participação nos encontros dos grupos reflexivos. A ausência do homem intimado em dois encontros significa o descumprimento da medida protetiva.
Juiz Miguel Carpi Nejar, prefeito Jerri e promotor Wilson Grezzana