Adiar ou não adiar a eleição, eis a questão

27/05/2020
Por Alan Caldas – Editor

Por Alan Caldas – Editor

No mês de outubro está prevista eleição para escolha de vereadores e prefeitos. No entanto, com a pandemia de Covid-19 em andamento, muitos eleitores e candidatos que são do chamado grupo de risco não poderiam participar. Ou, então, a eleição teria de ser “setorizada”, devido aos eleitores que estejam nesse grupo. Tudo isso gera um sistema complexo e, talvez, caro para organizar. É algo totalmente novo, tanto para os candidatos quanto para os eleitores e para o próprio Tribunal Superior Eleitoral. 
Em vista disso, fala-se em prorrogar a eleição. Fazer com que elas sejam adiadas. Mas adiada para quando? E, também, em caso de a eleição vir a ser adiada, como ficam os prazos? Poderão entrar novos filiados e candidatos que até aqui não tenham se organizado e agora queiram concorrer? Fomos perguntar isso aos vereadores de Dois Irmãos. Leia o que eles disseram:


Eliane Becker:
– Percebo que as pessoas não querem saber muito de política, neste momento, devido as dificuldades que cada um está vivenciando. Desemprego. Pandemia. Empresas fechando ou tentando se manter. Não tem clima para ir à rua pedir voto. Se fosse para fazer eleição, que se fizesse lá em dezembro. Sei que meus eleitores votaram em mim para 4 anos e não para 5 ou 6. Mas, penso que se tiver de prorrogar, que se prorrogue e se faça uma única eleição. Ou se faz em dezembro ou se unifica a eleição, fazendo uma única, de vereador a presidente, em 2022. A regra de novas filiações e trocas de partido não deve mudar, fica como está para a eleição de outubro, caso a eleição saia ainda este ano.


Paulo Quadri:
– Pela democracia, é evidente que tem de ocorrer eleição a cada 4 anos, porque é isso que está estabelecido. Mas, por outro lado, faltam dois anos para a eleição de presidente, governador e senador. Então, a minha opinião é que deveríamos prorrogar esta eleição que era agora, para outubro, e fazer ela lá em 2022, todos junto. Pouparíamos bilhões de reais prorrogando para lá e fazendo uma eleição única. Os deputados federais não querem aceitar isso. Eles sabem que nesse caso o vereador vai trabalhar eleitoralmente mais para o prefeito do que para eles. Eles estão pensando neles, olhando o próprio umbigo, e não na população. Mas eu penso que tem de ser uma eleição única. Além disso, não sabemos o que vai ocorrer com esse coronavírus. Fazer uma eleição agora seria temerário. Eu quero que saia, mas temos de pensar na saúde e no dinheiro público, e penso que prorrogando seria bem melhor e mais seguro. E, além disso, se prorrogar temos de abrir a possibilidade de ingressarem novos filiados, que queiram concorrer, e dar oportunidade para todos. 


Paulino Renz:
– O momento é ruim para dizer que a eleição seja em outubro. Sou a favor de sair na data que estava. Mas temos de cuidar do problema com a saúde. Se der problema na saúde, aí tem de se prorrogar. Não dá para arriscar. A eleição depende de a pandemia estar controlada ou não. Se estiver controlada, sem riscos para as pessoas, aí pode ser feita em outubro, mas se não estiver controlada e algum eleitor ou candidato correr risco, então sou a favor de prorrogar. Parece que querem prorrogar para 6 de dezembro e até falam em outras datas, mas isso tem de ver é com o setor de saúde. Além disso, entendo que se prorrogar temos de abrir para novos candidatos e filiados, abrir para quem quiser concorrer, porque isso é democracia.


Sérgio Fink:
– A prorrogação é pela pandemia, que impede uma campanha. Os deputados já falam em prorrogar a atual eleição, que seria em outubro, para o dia 6 de dezembro. Creio que se fizerem a prorrogação, terão, também, de prorrogar em igual tempo o período de filiações e trocas de partido. Minha opinião, no entanto, é que devemos prorrogar, mas não para dezembro e sim para 2022. Prorrogar até lá e então fazer uma eleição de cima a baixo, para vereador, deputado estadual, federal, senador, prefeito, governador e presidente. Penso que deveria ser eleição geral, com mandatos de 5 anos e sem direito a reeleição. Minha justificativa para isso é a economicidade. O custo da eleição é alto. Além disso, o período que antecede a eleição paralisa as administrações. A maioria dos congressistas seria contra, devido ao Fundo Eleitoral, mas a meu ver uma eleição geral seria melhor para o Brasil.


Paulo Gehrke:
– Os prefeitos querem a prorrogação. Mas eu não olho para esse lado. Para mim, tinha de ter eleição e pronto. Estamos aí para isso. Em uma situação normal, seria assim. Porém, preciso considerar que estamos em meio a uma pandemia e temos todas as restrições de saúde que precisamos cuidar. Trabalho em indústria, e vejo aqui as muitas restrições que temos de atender para evitar danos. E isso me leva a dizer que sou favorável a prorrogação. Tem muitos riscos, no momento. Por exemplo: todo candidato a vereador ou prefeito vai ter de visitar pessoas, vai ter de fazer reuniões com apoiadores. E como vamos fazer isso, se estamos todos com o risco do contágio? Com o coronavírus não dá para fazer isso, e o eleitor precisa conhecer os candidatos. A meu ver, a eleição tem de ser feita quando aliviar a pandemia. E, se tiver prorrogação, tem de abrir para novos que queiram entrar e concorrer.


Paulo Fritzen:
– Devido a pandemia e a crise financeira que isso envolve, acho que a eleição deve ser prorrogada. Aliás, no meu entender as eleições nem deveriam sair este ano. Elas deveriam sair junto com a eleição de governador e presidente, pois isso alavancaria a economia do Brasil. Seria uma economia bem grande. A prorrogação, a meu ver, deveria ser lá para 2022, com uma eleição única para todo mundo. Os deputados estadual e federal, talvez não queiram. Mas na minha opinião deveria ser assim. E, se fosse prorrogado, se abriria para novos filiados, para novas pessoas que queiram concorrer. Não importa se for prorrogado por dois meses ou dois anos, se prorrogar tem de abrir para novos que queiram entrar. Isso alavancaria uma política mais justa, com novas pessoas e novas ideias.


Léo Büttenbender:
– Depende de como estará a pandemia. Essa é a preocupação. Mas as eleições têm de sair este ano. Temos de ter novos prefeitos e vereadores no dia 1º de janeiro. Prorrogar os mandatos não é o ideal. Foram eleitos para 4 anos e não pode ser 4 e meio nem 5. Acredito que a eleição poderia ser em 15 de novembro, feriado da Proclamação da República, no máximo início de dezembro. Tem de valer o que foi definido até abril. A questão é a eleição, o dia dela e o início da campanha eleitoral. A parte legal já foi.


Elony Nyland:
– Sou contra prorrogar a data da eleição. Tem de ser fazer a eleição na data que está. Sem prorrogação. Sem novas filiações. Essa epidemia, ela existe, sim, mas é bastante política. Eu acredito que a eleição tem de vir como estava programada e terminar tal qual a população estava esperando. Quem tinha interesse, já teria se filiado. O jogo tem de ser jogado como tinha sido acertado, não dá para mudar as regras no meio do jogo.


Joracir Filipin:
– Pensando na questão da saúde, acho que transferir a eleição neste momento é o mais correto. Penso, no entanto, que a nova eleição não pode passar do final do ano. Temos de realizar o pleito ainda neste 2020. E, além disso, se viermos a prorrogar, penso que deveríamos permitir o ingresso de novas pessoas que queiram, agora, concorrer. Seria uma chance espetacular de dar espaço a novos líderes que estão surgindo neste período em que os que governam nem sempre correspondem às esperanças do eleitor que os elegeu.


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