
(Foto: Arquivo pessoal)
No último dia 8 de janeiro, o morador Carlos Aberto Kasper, 52 anos, de Dois Irmãos, foi submetido a uma Pieloplastia robótica para corrigir uma estenose de junção ureteropiélica. Sem tempo para esperar o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ele realizou a cirurgia particular, no Hospital Unimed, em Novo Hamburgo. Ela custou cerca de R$ 60 mil e foi paga com doações recebidas através de uma vaquinha online.
Carlos recebeu alta hospitalar no dia 10, no entanto sentiu-se mal na manhã do dia 12 e retornou ao hospital de Novo Hamburgo, após nova tentativa de atendimento pelo SUS, a qual, segundo a família, também foi frustrada. A gravidade do caso não permitiu esperar pela saúde pública.
Após nove dias de internação, Carlos recebeu alta na segunda-feira (20). O período de internação custou R$ 35 mil. Para arcar com a despesa, a família criou outra vaquinha online, que pode ser acessada através do link https://www.vakinha.com.br/5296751. Doações também podem ser feitas para a Chave Pix 049.745.850-02.
Intercorrências após a cirurgia
Segundo a filha Liliane Kasper, no dia 12 de janeiro Carlos acordou com dores no peito, falta de ar e o coração descompassado. Socorrido pelo SAMU, deu entrada no Pronto Atendimento 24h de Dois Irmãos por volta das 8h. Foi submetido a exames, que acusaram a troponina cardíaca alterada. “Essa alteração sugere infarto/embolia, ou seja, Dois Irmãos já não tinha capacidade de tratar meu pai. Os médicos tentaram a transferência, mas nenhuma outra unidade SUS autorizou”, diz ela, lamentando a morosidade na saúde pública.
Sabendo do histórico de Carlos, a família novamente recorreu ao atendimento particular e providenciou uma ambulância para a remoção dele até o hospital da Unimed. A ambulância para o deslocamento custou a eles R$ 2 mil. “A ideia de ir para a Unimed foi dada pelo cirurgião dele que, com as informações que repassamos, percebeu a gravidade da situação”, comenta Liliane.
Chegando à Unimed, Carlos foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No dia seguinte, surgiu vaga de UTI do SUS, no entanto, segundo Liliane, a transferência não foi autorizada pelos médicos devido à gravidade do caso. “Após alguns dias, ele iniciou com sangramento na sonda que utilizava desde a cirurgia do rim e, por conta disso, a UTI que fosse comportá-lo deveria ter especialidade em urologia e nefrologia, portanto, nenhuma outra vaga de UTI foi ofertada ao meu pai, já que estava fora da alçada da maioria das unidades”, comenta.