Frio em dezembro? O que explica a “gangorra térmica” no mês de início do verão

11/12/2024
Fonte: GZH / Foto: Octacílio Freitas Dias

Fonte: GZH / Foto: Octacílio Freitas Dias

Depois de um período de temperatura mais amena do que o habitual para um início de dezembro, o Rio Grande do Sul está prestes a observar uma subida gradual dos termômetros, evidenciando a ocorrência de uma “gangorra térmica” no Estado. O termo não possui base técnica, mas é utilizado popularmente para se referir a uma constante de oscilações na temperatura.

– “Gangorra térmica” é um termo muito usado para falar sobre essa subida e essa descida da temperatura de maneira muito facilitada. Essa “gangorra” se estende por semanas: temos uma semana mais gelada e uma semana mais quente – pontua Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo.

 

O que levou às temperaturas mais baixas?

Na última semana, algumas cidades gaúchas tiveram mínimas que variaram entre 9°C e 14°C. Bagé, por exemplo, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), chegou a registrar 9,7°C, quando a média histórica é de 16,9°C para a cidade nesta época do ano.

Henrique Repinaldo, meteorologista membro do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas (CPPMET) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), explica que isso se deve ao fato de o território gaúcho estar recebendo uma maior quantidade de entradas de frentes frias, o que leva à redução da temperatura.

– Pelo menos uma vez por semana está ocorrendo a formação de um sistema de baixa pressão, ou no Uruguai, ou no Rio Grande do Sul, que, ao se afastar do oceano, impulsiona o ar mais frio. À medida que esse ar consegue deixar o Estado, recebemos uma massa de ar mais quente, mas que não consegue ficar por muitos dias – descreve Repinaldo.

 

Qual a projeção para os próximos dias?

Dezembro é um mês em que há naturalmente uma maior incidência de raios solares sobre o Hemisfério Sul, favorecendo o aquecimento. No entanto, esses sistemas de baixa pressão e a maior frequência da entrada de massas de ar frio dificultam a continuidade do tempo firme e quente.

– Temos a chegada dessas massas de ar e estamos nos encaminhando para o verão, então a recuperação das temperaturas é mais facilitada pela maior incidência de radiação solar. Tivemos uma importante frente fria no final de semana que passou. Ao longo dos próximos dias, vamos ter um tempo mais firme – diz Guilherme Borges.

A tendência é que as temperaturas se elevem gradualmente, mas as variações devem permanecer ao longo de todo o mês, intercaladas por períodos de tempo firme e chuva. Isso porque frentes frias e sistemas de baixa pressão também provocam precipitação.

– Nesses primeiros dez dias de dezembro, já choveu praticamente o esperado para o mês inteiro em grande parte do Estado. Estamos entrando em uma tendência que este mês a gente tenha chuvas acima da média – adiciona Henrique.

 

E o verão?

De acordo com os especialistas, a previsão para o verão ainda é incerta, não sendo possível definir se a estação seguirá a tendência apresentada em dezembro. O motivo é a possível ocorrência do fenômeno La Niña, caracterizado por um resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, o qual poderá influenciar a estação.


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Calor e sensação de abafamento marcam a semana (Foto: Octacílio Freitas Dias)

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