Nível do Arroio Feitoria vem baixando muito
A escassez de chuvas é uma preocupação neste início de 2021. O Rio Grande do Sul volta a viver um quadro de estiagem severa, a exemplo do que ocorreu nos primeiros meses do ano passado. Vários municípios já decretaram situação de emergência. Além do drama para a agricultura, uma das áreas mais afetadas, a possibilidade de desabastecimentos também eleva o alerta para a população.
Oneide Castro, gerente da Corsan em Dois Irmãos, afirma que o momento é preocupante e exige precaução de todos.
– O arroio já está em um nível bastante baixo e a cada dia tem uma tendência a cair mais. Nós estamos preocupados quanto ao futuro bem próximo, mas a Corsan está tomando todas as medidas que precisam ser tomadas para reforçar o sistema, já que a gente tinha conhecimento de que poderia haver estiagem forte. O arroio é nossa maior fonte de captação. Quando o arroio enfraquece, os poços não conseguem dar sustentabilidade ao abastecimento, uma vez que há um consumo muito alto nas duas cidades (Dois Irmãos e Morro Reuter) em tempos de calor – comenta.
A crise hídrica que se anuncia tem um ingrediente a mais neste ano.
– É uma situação um pouco diferente do ano passado, quando muitas pessoas estavam na praia em janeiro e fevereiro. Hoje, em função da pandemia (de Covid-19), com certeza o povo está muito mais em casa do que na praia. Por causa da preocupação com a pandemia, muitas pessoas não estão saindo e estão consumindo mais água. A verdade é que neste início de ano há um consumo muito maior – observa Oneide.
Consumo racional
Como sempre, para que não haja problemas de falta de água, cabe a todos fazerem sua parte através do consumo consciente, sem desperdícios.
– A Corsan recomenda que tenham o maior cuidado e atenção com o consumo de água. Existem coisas que podem esperar, como lavar calçada, molhar o jardim, um banho demorado, escovar o dentes com torneira aberta, lavar telhado; essas coisas não têm necessidade de fazer. Se cada um reduzir um pouquinho seu consumo, teremos um resultado extraordinário. A água é de todos, não é da Corsan; todos nós temos a responsabilidade de cuidar. Quando falta, as pessoas geralmente xingam a Corsan, mas a água é um bem finito e depende de todos nós. É preciso haver o uso racional – destaca o gerente.
Pandemia ainda não passou
Por fim, Oneide lembra que a pandemia ainda não passou:
– Se daqui pouco tiver uma escassez forte de água e ocorrer o desabastecimento na cidade, imagina as pessoas em casa sem água nem para fazer sua higiene pessoal? Já houve uma estiagem no ano passado, e agora temos outra. É complicado, mas o que podemos fazer? A natureza é assim. As previsões não são boas, mas a gente vai continuar fazendo o máximo possível para minimizar possíveis faltas de água – concluiu.