
Fonte: AFP
Uma aranha comum no território do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai é a de número 50 mil a ser registrada no mundo. A Guriurius minuano foi descoberta pela gaúcha especialista em aracnídeos Marta da Silva Kimberly e por colegas brasileiros e um uruguaio. A inclusão da nova espécie no Catálogo Mundial de Aranhas (World Spider Catalog ou WSC) ocorreu na quarta-feira (6).
O nome Guriurius minuano foi dado em referência ao povo Minuano, grupo indígena que habitava o Rio Grande do Sul, bem como os vizinhos Argentina e Uruguai, locais de habitat da espécie. Conforme os pesquisadores a Guriurius minuano faz parte da família Salticidae ou aranhas-saltadoras, que é a maior dos aracnídeos. Com oito olhos, quatro na frente da cabeça e dois em cada lado, tem visão excepcional e pode ser vista caçando suas presas em cercas vivas e árvores. Em comunicado sobre a inclusão da aranha no WSC, o Museu de História Natural de Berna, na Suíça, afirmou que foram necessários 265 anos para se chegar a 50 mil espécies de aranhas descritas – a primeira descrição científica ocorreu em 1757.
A estimativa é que o número represente apenas metade dos aracnídeos existentes na Terra. Para “concluir” a descrição dessa outra metade, os especialistas projetam pelo menos mais cem anos. “As aranhas são os predadores mais importantes em habitats terrestres e sua importância ecológica não deve ser subestimada. [...] Além disso, são o principal regulador das populações de insetos, dos quais consomem entre 400 e 800 milhões de toneladas por ano”, diz o comunicado do museu. “Por isso, são de grande importância para os humanos”.
Todas as aranhas catalogadas têm nome e registro no World Spider Catalog, que pode ser visualizado gratuitamente no site https://wsc.nmbe.ch/#/.