Fórum de Dois Irmãos tem júri de acusado por homicídio doloso no trânsito

03/04/2025
Réu Fábio respondeu apenas às perguntas da defesa, realizada pelos advogados Pablo Schabarum e Maria Eduarda Vier Klein

Réu Fábio respondeu apenas às perguntas da defesa, realizada pelos advogados Pablo Schabarum e Maria Eduarda Vier Klein

Ocorre nesta quinta-feira (3), no Fórum de Dois Irmãos, o júri popular de Fábio Luís Oberherr, 44 anos, acusado de duplo homicídio doloso no trânsito. O julgamento é presidido pelo juiz Miguel Carpi Nejar.

O fato pelo qual ele é julgado ocorreu no dia 15 de outubro de 2009. Fábio era o condutor de um GM/Omega, que se acidentou no trecho entre Dois Irmãos e Morro Reuter, na BR-116. Dois ocupantes do carro morreram: Ademir José Honig, 39, e Mauri Jair Krewer Hertz, 28. Um terceiro ficou com sequelas irreversíveis e outros dois também ficaram feridos. No total, eram seis pessoas dentro do carro.

Era por volta das 9h55 quando o réu iniciou o seu depoimento, respondendo apenas às perguntas dos advogados de defesa, Pablo Schabarum e Maria Eduarda Vier Klein. Diante do Conselho de Sentença, formado por sete jurados (cinco mulheres e dois homens), Fábio, que é morador de Morro Reuter, relatou que sofreu um AVC hemorrágico em outubro de 2023 e desde então está afastado do trabalho como motorista carreteiro.

Sobre o dia do acidente, o réu contou que ele e os amigos beberam em um bar de Novo Hamburgo e durante o retorno a Morro Reuter pararam em um estabelecimento para comprar bebida. Fábio alegou que bebeu de dois a três copos de cerveja e que não estava “tão acima da velocidade” no momento do acidente. Afirmou, ainda, que havia água na pista, o que fez com que o veículo aquaplanasse, derrapasse e colidisse contra uma árvore. Ele também relatou que havia neblina e chovia um pouco naquela hora. “Fiz de tudo para socorrer os meus amigos”, diz ele, relatando sobre a atitude após o acidente. “Só eu sei a dor que senti nesses 16 anos e a culpa que carrego dentro de mim. Eu sofri todos os dias”, disse Fábio, que chegou ao Fórum acompanhado pela mãe. No depoimento, que durou cerca de 20 minutos, ele também destacou que todos que estavam no carro eram amigos.

Finalizada a fala do réu, iniciou, por volta das 10h25 a acusação do Ministério Público, representado pelo Promotor de Justiça Wilson Grezzana. O MP pede a condenação por homicídio com dolo eventual. Segundo o promotor, o réu assumiu o risco de matar ao conduzir o veículo sob efeito de álcool e em alta velocidade. Além disso, teria negado entregar a direção a um dos amigos, alegando que “era motorista de caminhão”. O promotor também reforça que a pista estava molhada no momento do acidente, o que, por óbvio, exigiria ainda mais cuidado por parte do condutor. “Ele não queria matar os amigos, mas, a partir da sua conduta, assumiu o risco de produzir o resultado morte”, ressaltou.

Durante a acusação, o promotor Wilson Grezzana também apresentou trechos de dois depoimentos de testemunhas, colhidos no dia do fato e ao longo do processo. Segundo o promotor, em um dos depoimentos consta que o veículo parou a 38 metros de distância do ponto de impacto (árvore). Outra informação compartilhada pelo promotor é de que Fábio teria jogado para o mato uma bolsa térmica com uma garrafa e uma lata de cerveja vazias. A bolsa, com a garrafa e a lata, foi mostrada por ele aos jurados. “Seis pessoas no carro, dirigindo embriagado, em velocidade excessiva e negou entregar a direção para outra pessoa; ele assumiu o risco de causar o resultado morte, e isso aconteceu. Ele chamou a morte, e a morte veio”, destacou.

Após a fala do Ministério Público, foi realizado intervalo para o almoço. O julgamento seria retomado no início da tarde, com a fala da defesa.


Promotor de Justiça Wilson Grezzana trouxe para o plenário bolsa térmica com garrafa e lata de cerveja vazias, apreendida no dia do acidente. Segundo promotor, bolsa foi jogada por Fábio para o mato


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