Como o nascimento de um menino fez nascer também a inclusão de pessoas com deficiência no município

02/11/2021
Maria Leoni Dapper Frohlich, atual presidente da APAE

Maria Leoni Dapper Frohlich, atual presidente da APAE

Antes de 1991, não existia em Dois Irmãos uma instituição que fosse especializada em cuidados de pessoas com deficiência, que acabavam ficando isoladas dentro de casa e não tinham assistência. Nesse cenário, nasceu Roberto, filho da atual presidente da APAE, Maria Leoni Dapper Frohlich. Ele tem uma condição chamada de Síndrome de Down e por isso precisou de cuidados especiais desde a infância.

Em busca de uma estimulação precoce e um melhor atendimento, eles tinham que se deslocar quase que diariamente para a APAE de Novo Hamburgo. “Às vezes, a gente ia de manhã e voltava de noite, era bem cansativo. Precisávamos ir de ambulância até Novo Hamburgo, pois se tornava bem caro ir de ônibus. Mas em nenhum momento vou me arrepender por tudo aquilo que a gente fez por ele”, diz a mãe. Maria Leoni, então, se reuniu com Rosália e Celina e foram à Câmara de Vereadores, onde questionou: “Se teu filho com 7 anos tem direito a uma escola regular, por que teu filho com deficiência tem que correr atrás de escola?”. Essa pergunta e a real dificuldade em oferecer assistência a Roberto e todas as outras crianças com deficiência foi o início da história da APAE em Dois Irmãos.

Com Roberto, começou a movimentação das famílias, dos políticos e da comunidade em geral para que o sonho de ter uma APAE na cidade se concretizasse. As primeiras voluntárias da entidade foram dois grupos de bolonistas: as Unidas e as Pioneiras. Elas arrecadaram materiais para a construção da sede. Rosália de Sousa fez parte do grupo das Unidas. “Não teve uma pessoa que não quis ajudar, é uma comunidade indescritível aqui em Dois Irmãos. Começamos indo na Câmara de Vereadores e mostramos o que tínhamos conseguido: 100 sacos de cimento e 400 pedras de alicerce para começar uma sede”, relembra Rosália.

Na época, foi doado um terreno no bairro União, mas como a localização ficaria mais afastada, foi feita uma permuta com a prefeitura, que cedeu uma área mais central, na Avenida Sapiranga (Industrial), onde se encontra a sede atualmente. Hilária Arnold Kreuz, que era secretária de Educação na época, auxiliou na parte legal da APAE, com a criação de regimentos e estatutos. Segundo Hilária, eles tiveram que ir conhecer outras entidades para aprender como fazer o trabalho aqui, e o prefeito e os vereadores da época colocaram a construção da sede como uma prioridade.

 

Mais de 300 usuários em 30 anos

A fundação da APAE em Dois Irmãos foi em 30 de outubro de 1991 e a inauguração foi no ano de 1995. Maria Dolores Wendling, que na atualidade faz parte do grupo de voluntárias, foi a primeira diretora da APAE, trabalho que executou de forma notável por 22 anos. Graças ao esforço de toda a comunidade, a APAE conseguiu auxiliar aproximadamente 303 usuários durante esses 30 anos de história e conta com uma estrutura e profissionais de muita qualidade.

O desejo da atual presidente para os próximos 30 anos da instituição é que o voluntariado e a inclusão sejam ainda mais estimulados. “Que essa semente plantada com muito amor aqui em Dois Irmãos, que incluiu várias pessoas para que se concretizasse, nunca perca a credibilidade e continue como uma esperança para todos”, conclui Maria Leoni.


Maria Leoni e o filho Roberto


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