Familiares e amigos promovem campanha para comprar cadeira de rodas motorizada para garoto com paralisia cerebral

28/10/2022
Aos 37 anos de idade, Lígia precisou parar de trabalhar para cuidar do filho Nathan, diagnosticado com paralisia cerebral. Hoje ele tem 19 anos

Aos 37 anos de idade, Lígia precisou parar de trabalhar para cuidar do filho Nathan, diagnosticado com paralisia cerebral. Hoje ele tem 19 anos

Desde 14 de outubro, a campanha Corrente de Bem pelo Nathan, criada no Facebook, vem sensibilizando e mobilizando pessoas da região. Idealizada por familiares e amigos, o principal objetivo da ação é arrecadar recursos para adquirir uma cadeira de rodas motorizada para o jovem Nathan Dapper, de 19 anos, diagnosticado, no primeiro mês de vida, com paralisia cerebral. A cadeira de rodas utilizada por ele está pequena e já não atende mais as suas necessidades.

Nathan mora em São José do Herval, em Morro Reuter, e é o único filho da dona Lígia e do Inácio Dapper. Lígia tem 56 anos e aos 37, quando Nathan nasceu, precisou deixar o emprego para se dedicar exclusivamente ao filho. O esposo, de 59 anos, apesar de sérios problemas cardíacos, segue trabalhando na construção civil. Juntos, eles fazem de tudo para proporcionar uma boa qualidade de vida ao filho.

Mesmo somando esforços, e buscando alternativas que complementem a renda familiar, os gastos mensais ainda são altos. E daí a necessidade da campanha, liderada pela amiga Berenice Gehlen Adams. Moradora de Novo Hamburgo, ela tem chácara em Morro Reuter e se tornou próxima da família de Nathan. Conhecendo a realidade deles, decidiu ajudar. “Em uma das visitas, ela (Lígia) contou que tinha caído enquanto dava banho no Nathan. Fiquei muito sensibilizada com isso, e aí que surgiu a ideia de fazermos uma campanha”, conta. 

Dona Lígia dedica sua vida ao filho. “Eu vivo para ele”, diz ela, demonstrando a força do amor de mãe. Mesmo diante de todos os desafios, ela sorri e reforça que, ao lado do marido, fez e faz de tudo para que Nathan seja feliz e sempre muito bem cuidado. O jovem depende dos pais para tudo, para comer, beber, tomar banho, se deslocar. O deslocamento, devido seu tamanho e peso (1,80 de altura e 76 quilos), está cada vez mais difícil. Dona Lígia tem hérnias na coluna e também já sofre ao ter que conduzi-lo, principalmente no entorno da casa, que fica em uma área acima da estrada.

 

Gastos mensais

Nathan faz uso de cinco medicamentos. Destes, dois são disponibilizados pelo estado; os demais são de responsabilidade da família. Os gastos passam de R$ 500 por mês. Nathan também necessita do uso de fraldas. Algumas ele recebe do governo, mas não suprem a necessidade total do jovem. Além disso, segundo Lígia, a qualidade é muito inferior. Neste caso, a família também precisa arcar com a compra de fraldas. Atualmente, o jovem usa fraldas geriátricas tamanho G.

Antes da pandemia, ele fazia sessões de equoterapia, que é uma especialidade da fisioterapia que utiliza o movimento da marcha do cavalo para proporcionar movimento terapêutico para quem cavalga. Isso ocorria em Campo Bom e o investimento mensal era de R$ 600. “Fomos atrás e pagamos particular. Ele foi uns três meses, aí começou a pandemia”, conta a mãe, destacando que gostaria de poder proporcionar novamente a atividade ao filho, mas o valor é muito alto.

Hoje, Nathan freqüenta apenas aulas de música, que são proporcionadas pela prefeitura da cidade, além de consultas com especialistas de áreas como neurologia e oftalmologia, que também são pelo SUS.

 

Benefício negado

Há anos, a família batalha para que Nathan receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC), porém, ele é sempre negado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Já realizaram pelo menos quatro perícias, mas todas foram negadas. Nas vezes que estiveram aqui em casa, se quer olharam para o Nathan. Só filmam e tiram fotos da nossa casa”, lamenta Lígia, contando que contrataram um advogado da Capital para tentar a aprovação do benefício. “Ele merece isso”, reforça.

Conforme consta na página do Ministério da Cidadania, o “Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é a garantia de um salário mínimo por mês ao idoso com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade. No caso da pessoa com deficiência, esta condição tem de ser capaz de lhe causar impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (com efeitos por pelo menos 2 anos), que a impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas”.

 

Como ajudar

Para ajudar na aquisição da cadeira de rodas motorizada, as pessoas podem realizar doações em dinheiro. “Qualquer valor é bem-vindo”, diz Lígia, já agradecendo a todos. Os valores podem ser doados via Pix (019520170-17- CPF), ou ainda para a Conta corrente - Banco: Sicredi 748/ Agência: 0101/ Conta: 57801-1/ Nome: Nathan Dapper/ CPF: 019520170-17.

Outra forma de ajudar é com a doação de eletrônicos, como televisão ou notebook, tendo em vista que um dos únicos passatempos de Nathan, quando está em casa, é assistir vídeos na internet. Ele tem um notebook, mas o equipamento está com problemas de compatibilidade com as novas tecnologias.

 

Depois do diagnóstico

A família recebeu o diagnóstico de paralisia cerebral quando Nathan tinha um mês de vida. “Fiquei sem chão. Só pensava em como seria o futuro dele”, conta Lígia, que desde o primeiro momento, ao lado do esposo, buscou recursos para proporcionar uma boa qualidade de vida ao filho. Já nos primeiros anos de vida, Nathan frequentou a Associação de Assistência à Criança Deficiente, em Porto Alegre. Também foi acompanhado, durante muitos anos, por profissionais do Hospital de Clínicas, também na Capital. Além disso, realizou sessões de hidroginástica e fisioterapia gratuitas na Universidade Feevale.  

Com a ajuda da família e do poder público, completou o ensino fundamental. Estudou na escola Tiradentes, e depois na Edvino Bervian, ambas em Morro Reuter, contando com auxílio do transporte escolar e de uma monitora. Também fez a Primeira Comunhão e Crisma.  


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