Jornal Dois Irmãos

(Fotos: Divulgação / Câmara)

Na segunda-feira (16), na Câmara de Vereadores de Dois Irmãos, foi realizada audiência pública para apresentação do relatório da Comissão Especial sobre Mobilidade. A proposta de Ramon Arnold (PP) contou com três grupos de trabalho: 1) Calçadas, ciclovias e circulação de pedestres; 2) Fluxo de ruas, mobilidade e estacionamento e transporte coletivo; 3) Sinalização, estrutura de fiscalização e execução de tarefas.

O trabalho da comissão iniciou em maio e está sendo concluído agora, com a audiência e o encaminhamento do relatório ao Poder Executivo. Na sua apresentação, Ramon destacou alguns pontos levantados pelos grupos. Em relação às calçadas, foram constatados problemas como aclives e declives, canteiros e até plantações em passeios públicos.

– A gente notou que a legislação é antiga, de certa forma defasada, e não dá suporte ao Executivo para fiscalizar de forma ampla as calçadas e passeios públicos – disse ele, citando ainda risco de queda de pedestres em vários trechos.

Sobre ciclovias, há o entendimento de que existe grande dificuldade para implementação, visto a necessidade de substituição de vagas de estacionamento.

– O grupo acha que o poder público poderia iniciar com algumas atividades recreativas, como o fechamento de ruas e avenidas para a prática esportiva do ciclismo – observou.

A questão de estacionamento na área central mereceu destaque.

– O grupo entende que é desaconselhável a criação de mãos únicas na região central, mas sugere como teste suprimir em alguns locais onde existe problema de fluxo o estacionamento de veículos em um dos lados, para que se possa ter uma circulação melhor de automóveis. Também se falou em fazer um teste, de maneira educativa, com estacionamento rotativo, antes de uma implementação definitiva, para que o comércio e os serviços da região central possam ter as vagas de estacionamento circulando – comentou Ramon.

Outros pontos também foram abordados, como melhorias na sinalização e o aumento na estrutura de fiscalização do Departamento de Trânsito.

– Várias questões trazidas como demandas esbarraram na questão legal. A ideia desta comissão de mobilidade é justamente levar alguns apontamentos, algumas visões de regras práticas que possam ser rapidamente implementadas pelo Executivo – acrescentou.

Participação da comunidade

O espaço foi aberto para manifestações de entidades e moradores. Entre outros assuntos, falou-se da criação de Guarda Municipal, do trânsito da Avenida Irineu Becker nos horários de pico e da sinalização para deficientes. O presidente do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública – Consepro, Betinho Klein, reforçou o pedido por mais servidores no Departamento de Trânsito.

– Estamos hoje com 30 mil habitantes, aproximadamente, e com quase 22 mil veículos, ou seja, a gente vê que a bicicleta não tem seu espaço, a gente vê que as calçadas têm muita dificuldade. O crescimento faz parte, mas a gente precisa entender como vamos estar daqui a 5, 10, 20 anos. É preciso colocar urgentemente mais uma ou duas pessoas no Departamento de Trânsito. Não há condições de apenas uma pessoa trabalhar no departamento... Esse é um dos pontos para conseguirmos melhorar a nossa mobilidade urbana – declarou.

O que diz o Poder Executivo

Presente na audiência, o vice-prefeito Juarez Stein respondeu a alguns tópicos.

– Quero dizer que o Mauro (Agostini, chefe do Departamento de Trânsito) não está abandonado. Ele tem uma equipe, pequena é verdade, de apoio à manutenção das sinalizações verticais e horizontais, e tem gente que circula a semana toda – isso inclusive a gente também faz – observando aqui e ali os problemas e anotando. De tempos em tempos se contrata um especialista em trânsito e nós temos também os nossos engenheiros.

Em relação às ciclovias, ele reconheceu a dificuldade:

– É um assunto muito delicado e difícil. Primeiro, pelo enorme número de veículos, as reclamações que surgirão imediatamente quando você for cortar alguns estacionamentos – e você vai ser obrigado a cortar. Fizemos vários desenhos e o último se referiu à Av. 25 de Julho, mas nada definido; o governo está aberto a sugestões – comentou.

Por fim, também falou sobre a ideia de uma Guarda Municipal:

– O custo é alto, e não dá para esquecer que é uma tradição da municipalidade ajudar as forças de segurança – Brigada Militar, Polícia Civil, Bombeiros – na manutenção dos prédios, na aquisição de veículos, com repasses mensais... Criar mais a guarda, pesa – concluiu Juarez.

Entidades que participaram da comissão:

Departamento de Trânsito

ACI-NH/EV/CB/DI

CDL Dois Irmãos

Conselho Municipal de Trânsito

Brigada Militar

Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública – CONSEPRO

Conselho do Plano Diretor

Representante do transporte coletivo

Representante da Defesa Civil

Representante do Corpo de Bombeiros

Representante da Polícia Civil