Três em cada 10 famílias sofrem com fome ou insegurança alimentar no país, aponta estudo

14/09/2022
Fonte: Estadão Conteúdo

Fonte: Estadão Conteúdo

Três em cada 10 famílias enfrentam algum nível de falta de alimentos ou passam fome no país, segundo estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan) divulgado nesta quarta-feira (14). Em números absolutos, são 125,2 milhões em insegurança alimentar — leve, moderada ou grave (veja a classificação abaixo).

O levantamento mostra que Estados do Norte e do Nordeste têm, proporcionalmente, os mais graves índices de insegurança alimentar do país. A situação é pior quando são considerados os domicílios com crianças de até 10 anos ou aqueles com renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo. No Maranhão, por exemplo, quase dois terços (63,3%) das residências com crianças até 10 anos apresentam insegurança alimentar moderada ou grave. Na sequência, aparecem Amapá (60,1%), Alagoas (59,9%), Sergipe (54,6%), Amazonas (54,4%), Pará (53,4%), Ceará (51,6%) e Roraima (49,3%).

Os números integram o 2º Inquérito Nacional da Insegurança Alimentar no Brasil no Contexto da Covid-19 (II Vigisan). Os dados que embasam a pesquisa foram colhidos a partir de entrevistas em 12.745 domicílios, em áreas urbanas e rurais, entre abril de 2021 e abril deste ano. Os novos dados apontam que Alagoas registra a maior proporção de pessoas que passam fome — pelo menos 36,7% delas se encontram em insegurança alimentar grave no Estado. Já em números absolutos, a maior concentração de pessoas em situação de insegurança alimentar está em São Paulo (6,8 milhões) e no Rio de Janeiro (2,7 milhões).

 

Endividamento

O trabalho sugere que é possível fazer uma associação entre o endividamento e a fome. O motivo é que a frequência de famílias endividadas nos Estados do Norte e do Nordeste é maior. Em Alagoas, estão nessa situação 57,5% das famílias, número que chega a 52,6% no Amazonas. O Distrito Federal, com 55,6%, também se destaca negativamente nesse quesito.

— Mesmo as famílias que recebem o Auxílio Brasil, por estarem endividadas, não conseguem utilizá-lo somente para a compra de alimentos. O recurso precisa ser utilizado para pagar outras necessidades básicas, como aluguel, transporte, luz e água — explica Ana Maria Segall, pesquisadora da Penssan e da Fiocruz.

 

Classificação:

— Segurança alimentar: a família/domicílio tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

— Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza em relação ao acesso aos alimentos no futuro; qualidade inadequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentos.

— Insegurança alimentar moderada: redução quantitativa de alimentos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante de falta de alimentos.

— Insegurança alimentar grave: fome (sentir fome e não comer por falta de dinheiro para comprar alimentos; fazer apenas uma refeição ao dia, ou ficar o dia inteiro sem comer).

 

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RS é o Estado da região Sul onde mais gente passa fome: 14% das famílias

O Rio Grande do Sul é o Estado da região sul do país com maior percentual de lares que enfrentam a fome. No Estado, 14,1% dos domicílios registram insegurança alimentar grave. Esse quadro é caracterizado por sentir fome e não comer por falta de dinheiro para comprar alimentos, fazer apenas uma refeição ao dia ou ficar o dia inteiro sem comer. Os dados são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 (Vigisan), divulgado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) nesta quarta-feira (14).

O Estado lidera nesse quesito com certa folga em relação aos vizinhos. Paraná tem 8,6% dos lares em situação de insegurança alimentar grave. Já Santa Catarina apresenta 4,6% nesse indicador. Abrindo mais o leque, levando em conta a insegurança alimentar moderada, o levantamento mostra que 25,4% dos lares gaúchos enfrentam algum tipo de falta de alimento. O estudo também mostra que 64% das famílias que se encaixam nesta situação têm renda de até meio salário mínimo por pessoa.

No Rio Grande do Sul, 52,4% dos domicílios vivem situação de segurança alimentar. Ou seja, os integrantes do grupo familiar têm acesso regular e permanente a alimentos em quantidade suficiente e sem o comprometimento do acesso a outras necessidades básicas. (Fonte: GZH)


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