Fonte: Época Negócios
Para muita gente, perfeccionismo é quase um reflexo de ambição. Essas pessoas acreditam que não podem ter defeitos para conquistarem o sucesso. Mas para Morra Aarons-Mele, executiva de comunicação, apresentadora do podcast The Anxious Achiever (O Empreendedor Ansioso, em português) e autora best-seller, a situação não é bem assim. “Perfeccionismo é ansiedade”, apontou a especialista à rede CNBC. Segundo ela, diversas pessoas pensam que se não derem 100%, se não forem perfeitos, isso será um julgamento sobre elas. “Não é sobre o nosso trabalho. É sobre nós e nosso valor inerente.”
A especialista lembra que estabelecer padrões irrealisticamente altos para si mesmo tem um alto custo mental. A boa notícia, no entanto, é que é possível desaprender as partes mais dolorosas desse comportamento. Aarons-Mele ensina como.
1. Aprenda a reconhecer os sinais
A busca pelo perfeccionismo pode prejudicar a autoestima e causar estresse, depressão e transtornos de ansiedade. A parte profissional também sofre. Segundo uma pesquisa da Trinity Western University, do Canadá, os profissionais que querem ser sempre ser os melhores, na verdade, produzem trabalhos com qualidade inferior à sua capacidade. “A longo prazo, o perfeccionismo geralmente leva as pessoas a um entre dois caminhos, nenhum dos quais é bom. Você se sobrecarregará até ficar totalmente esgotado ou procrastinará infinitamente porque as apostas parecem muito altas”, destaca a escritora.
O primeiro passo para resolver esse problema é simples: prestar atenção em quando e onde ele aparece. A reportagem destaca que quanto mais você souber sobre suas tendências, mais poderá se concentrar especificamente em mudá-las.
2. Defina regras básicas para o seu cérebro
Se o comportamento perfeccionista está prejudicando severamente a sua vida ou seu desempenho no trabalho, Aarons-Mele sugere que você deve procurar ajuda profissional. “Dada a ligação entre tendências perfeccionistas e ansiedade, provavelmente há uma causa subjacente que um profissional pode ajudá-lo a resolver.”
Se essa situação ainda não aconteceu, a sugestão da especialista é definir algumas regras básicas para que a ação não corresponda à intensidade dos pensamentos. A CBNC indica que isso pode significar definir um limite de tempo para um projeto no qual você está tentado a trabalhar demais. Dessa forma, seja realista sobre o que é viável e procure exercer a atividade por um período de tempo menor do que o normal. Se um projeto não deve levar oito horas, não deixe que leve. Em vez disso, planeje com antecedência para determinar como você se comportará. Por exemplo, dê a cada tarefa um mini prazo, para que você permaneça no caminho certo e tenha algo apresentável ao final do prazo determinado.
Mas, atenção, Aarons-Mele deixa claro que essas estratégias só funcionam se você se tratar com compaixão e continuar resistindo à voz que diz que tudo precisa ser perfeito. Ela recomenda ainda se lembrar sempre do seguinte: “Eu sou aquela pessoa excelente e incrível, sem toda a ansiedade e pressão”.
