Reclassificação das merendeiras volta ao debate na Câmara de Vereadores

13/03/2024
Vicentina Kohler, servente aposentada, usou a tribuna popular

Vicentina Kohler, servente aposentada, usou a tribuna popular

A tribuna popular foi novamente ocupada por representantes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Dois Irmãos, na sessão de segunda-feira (11). A categoria apresentou, na semana passada, sua proposta para o Dissídio 2024: reajuste de 7% e vale-alimentação passando para R$ 30,30. A reivindicação está sendo analisada pelo Poder Executivo, que ainda não anunciou se aceita ou se apresentará contraproposta.

As manifestações de segunda foram das servidoras Silvana Burnier Klein (assistente social) e Vicentina Kohler (servente de escola aposentada). Silvana destacou a importância da valorização da categoria e Vicentina abordou a questão das serventes de escola, que lutam por reclassificação de padrão.

– Mais um ano se passou e continuamos a nossa luta para ganhar a tão sonhada reclassificação. Há mais de 10 anos estamos lutando por isso, mas até agora sem nenhuma resposta. Chega a ser humilhante uma coisa dessas. Senhores vereadores, precisamos ser atendidas, olhadas, vistas; nos ajudem, olhem por nós. Conversem com o senhor prefeito e digam a ele que sabemos que é possível a reclassificação. Ele sabe que pode fazer isso, e por que até agora não fez nada? Parece perseguição com a nossa classe. Sempre trabalhamos muito, fazendo muitas vezes o que nosso físico não suporta; chega a ser desumano. É muito revoltante essa falta de atenção da parte do prefeito – lamentou.

Ela lembrou que a merenda escolar de Dois Irmãos seguidamente é premiada.

– O município está sendo premiado novamente pela qualidade do trabalho das serventes, mas de que vale esse prêmio se não somos valorizadas? Quem ganha com isso é o município, e quem está ali, à frente de tudo, trabalhando no esforço braçal dia após dia, muitas vezes nem fica sabendo do que é esse prêmio. E o mais triste de tudo é escutar, aqui nesta Casa, alguns vereadores pedindo aumento de salário para secretários e prefeito. Não concordamos e não achamos justo com a gente. Como é que para as merendeiras não tem reclassificação? Olhem o valor do nosso salário, só estamos pedindo o que é nosso direito e o que é justo – concluiu.

 

Vereadores repercutem reivindicação

Durante a sessão, Sheila da Silva (PT) cobrou atitude da administração municipal.

– A reclassificação ou a redução da carga horária não exige recurso, exige vontade política, exige valorizar e olhar com sensibilidade e entender o quanto é importante esse trabalho. Parece que não se tem ouvidos para essa luta. Não adianta a gente vir com discurso bonito; nós precisamos entender na prática por que essas mulheres e homens estão adoecendo e estão indo embora – declarou.

Celina Christovão (MDB) reconheceu a demora em solucionar a questão:

– Quando se tocou no assunto aqui semana passada, meu gestor que me perdoe, mas eu fiquei com vergonha de saber que vocês não tinham sido atendidas ainda.

Para Darlei Kaufmann (PSB), é necessário valorizar a categoria.

– A gente realmente está buscando uma valorização dos salários de secretários, vereadores, e o principal motivo é buscar pessoas mais qualificadas a ocupar estes cargos nas secretarias e da mesma forma nesta Casa também. Como presidente da comissão das serventes, desde o começo venho falando que me sentia muito desconfortável em falar desse assunto (aumento para secretários) sem antes falar das nossas merendeiras e serventes. Da mesma maneira que a gente busca uma qualificação de secretários e vereadores, não consigo ver diferença de nós não buscarmos uma melhor qualificação nas pessoas que fazem a merenda para nossas 3.500 crianças que estão na escola – comentou.

Ederson Bueno (MDB) entende que a discussão sobre reclassificação deve ser fragmentada, analisada caso a caso.

– Acho que para fazer a reclassificação tem, sim, recurso. A gente tinha 59 serventes, e se você fizer a reclassificação padrão 4, arredondando vai ter um aumento de 400 reais. Fazendo esse número ‘vezes 60’, digamos assim, não dá uma diferença muito significativa mensalmente para um município que tem o orçamento que a gente tem. Acho que o principal ponto é que, a partir do momento em que tu reclassifica uma classe, as outras classes também cobram reclassificação. Talvez exista, a meu ver, uma visão equivocada de que isso possa gerar um bola de neve – afirmou o vice-líder de governo.


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