Mais de 170 trilhões de partículas de plástico flutuam nos oceanos, dizem cientistas

13/03/2023
Fonte: Um Só Planeta

Fonte: Um Só Planeta

Um estudo revelou um aumento sem precedentes na poluição plástica marinha, que totaliza mais de 170 trilhões de partículas de plástico flutuando nos oceanos. Os cientistas pedem uma redução na produção deste material poluente, alertando que “a limpeza é inútil” se eles continuarem a serem descartados no meio ambiente no ritmo atual.

A pesquisa do Instituto 5 Gyres, publicada na revista Plos One, avalia as tendências do plástico oceânico de 1979 a 2019. Os autores observaram um rápido aumento da poluição plástica marinha e culparam a indústria por não reciclar ou projetar seus produtos para a reciclabilidade. “O aumento exponencial de microplásticos nos oceanos do mundo é um aviso severo de que devemos agir agora em escala global, parar de focar na limpeza e reciclagem e inaugurar uma era de responsabilidade corporativa por toda a vida das coisas que eles fazem”, disse Marcus Eriksen, co-fundador do instituto, ao The Guardian. “A limpeza é inútil se continuarmos a produzir plástico no ritmo atual, e ouvimos falar sobre reciclagem por muito tempo, enquanto a indústria do plástico rejeita simultaneamente qualquer compromisso de comprar material reciclado ou projetar para a reciclabilidade. É hora de resolver o problema do plástico na fonte.”

Os pesquisadores analisaram 11.777 amostras de plásticos oceânicos flutuantes para criar uma série temporal global que estimou a contagem média e a massa de microplásticos na camada superficial do oceano, alinhando os dados com medidas políticas internacionais destinadas a reduzir a poluição para avaliar sua eficácia. Eles descobriram que, a partir de 2005, houve um rápido aumento na massa e abundância de plástico nos oceanos. Isso pode refletir aumentos exponenciais na produção, fragmentação da poluição plástica existente ou mudanças na geração e gestão de resíduos terrestres.

Os cientistas estimam que pelo menos 170 trilhões de partículas de plástico estão presentes nos oceanos, com um peso combinado de cerca de 2 milhões de toneladas. Sem uma ação global imediata na produção de plástico, diz o estudo, espera-se que a taxa de entrada de plástico nos ambientes aquáticos aumente aproximadamente 2,6 vezes de 2016 a 2040.

 

Pedido aos governos

Os cientistas pediram aos governos que tomem medidas para conter a maré de plástico. “Sabemos que o oceano é um ecossistema vital e temos soluções para prevenir a poluição por plásticos. Mas a poluição continua a crescer e tem um efeito tóxico na vida marinha. Deve haver legislação para limitar a produção e venda desses descartáveis, ou a vida marinha será ainda mais degradada. Os humanos precisam de oceanos saudáveis para um planeta habitável”, afirma Edward J Carpenter, do Centro de Ciências do Estuário e do Oceano da San Francisco State University.

O documento é oportuno, já que os estados membros da Organização das Nações Unidas (ONU) vão se reunir em maio para continuar as negociações de um tratado de plástico, com o objetivo de desenvolver e adotar um instrumento juridicamente vinculativo sobre a poluição plástica. Os pesquisadores alertaram que as políticas internacionais sobre plástico são fragmentadas, carecem de especificidade e não incluem metas mensuráveis. Eles pediram que a responsabilidade corporativa pela produção de plástico seja aplicada globalmente, com legislação juridicamente vinculativa que aborde todo o ciclo de vida do plástico, desde a extração e fabricação até o fim de sua vida útil.


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