“Naquela época, eram quase 500 km de estradas municipais”, diz Carlinhos

12/09/2022
José Carlos Vier

José Carlos Vier

Filho de Justino Vier (in memoriam), primeiro e quarto prefeito de Dois Irmãos, José Carlos Vier, o Carlinhos, guarda na memória grandes momentos da vida política do município.

– Na nossa administração inauguramos a prefeitura, o parque de exposições (Vicente Hennemann, onde hoje funciona o Projeto Global), a Praça do Imigrante, o Banrisul... Houve eventos importantes, que demandaram investimentos altos. Foi uma época de prosperidade, em que também a indústria calçadista era muito forte. As coisas funcionavam – afirma.

Muitas conquistas resultaram justamente do bom vínculo da administração municipal com a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado.

– Nós tínhamos ainda o Loris Reale, que na época era secretário de Minas e Energia; se eletrificou muita coisa no interior. Eu lembro quando se inaugurou a luz em Nova Renânia. Foi num sábado, tinha missa de tarde, e nós ficamos até de noite. Quando anoiteceu e ligaram a luz, tinha que ver a alegria do pessoal; eles choravam de alegria. Aquilo era um sonho, todo mundo esperando que a luz um dia viesse. Que festa! Veio muita verba para eletrificação. Naquela época, muitas localidades do interior não tinham energia. Era o que eles mais queriam, todo mundo dizia que com luz elétrica era outra vida – recorda Carlinhos.

Olhando para os 63 anos de Dois Irmãos, ele reconhece que muita coisa mudou.

– Hoje é tudo tão diferente, a começar pela área territorial. Na nossa época nós tínhamos Morro Reuter e Santa Maria do Herval, mas era tudo mais simplificado. O primeiro bairro foi a chamada Vila Seca, hoje Primavera, e só depois veio o São João. Por outro lado, tínhamos muitas estradas municipais. Computando Morro Reuter e Santa Maria do Herval, que vai hoje quase até Gramado, eram quase 500 km de estradas municipais. É claro que hoje os problemas também existem, a gente não pode minimizar: é saúde, educação, segurança... Mas também a arrecadação não era aquilo que é hoje – comenta.

 

O cavalo de João Figueiredo

Ainda sobre o bom relacionamento daquela gestão com os demais poderes executivos, Carlinhos lembra um episódio com o então presidente da República.

– O Romeo conseguiu muita verba, foi muito ativo em conseguir dinheiro de fora, tanto em recursos estaduais quanto federais. O Romeo era muito amigo do general João Figueiredo, presidente da época, que adorava cavalo. Nós tínhamos o Brenner, aqui em Picada São Paulo, que era entalhador. O Romeo pediu para ele fazer tipo uma maquete de cavalo, e um dia conseguiu com o (Nelson) Marchezan, que era deputado na época, uma audiência com o presidente. Quando o Figueiredo recebeu o Romeo com aquela escultura, ele disse: ‘Isso aqui vai ficar no meu gabinete enquanto eu for presidente’. Meses depois, o pessoal ia no gabinete e lá estava o cavalo de Dois Irmãos.


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