Fonte: Um Só Planeta
A campanha 2023 da ONG Veganuary atingiu um recorde de participantes pelo mundo: mais de 700 mil pessoas se inscreveram na décima edição do desafio que busca incentivar as pessoas a adotarem uma dieta sem nada de origem animal ao longo do mês de janeiro.
O nome é uma soma das palavras em inglês “vegan” (vegano) + “january” (janeiro), mês em que as pessoas tendem a estar mais propensas a fazer mudanças positivas. E o Brasil foi destaque. De acordo com a primeira pesquisa realizada pela YouGov na América Latina, em janeiro, 8% dos entrevistados brasileiros disseram ter participado de Veganuary durante o mês. “Esses resultados importantes no Brasil mostram uma tendência de crescimento imparável do movimento plant-based e com isso, ajudamos os animais e o planeta que tanto precisam de nós”, diz em nota Mauricio Serrano, diretor de Veganuary na América Latina.
Em 2023, a ONG contou com o apoio de personalidades como Xuxa, Luisa Mell e Hana Khalil. Internacionalmente, os participantes anteriores do Veganuary incluem a lenda do rock Brian May, a atriz de The Big Bang Theory Mayim Bialik e o ator Joaquin Phoenix, entre outros, que continuam apoiando a causa.
Aperto no churrasco e pegada ecológica
O aperto econômico e alta dos preços dos alimentos na esteira da covid-19 reduziu no ano passado o consumo de carne no Brasil, maior exportador mundial de proteína bovina e de frango. Segundo pesquisa do Good Food Institute (GFI) e da Toluna, empresa global de pesquisa, 67% dos brasileiros comeram menos proteína animal nos últimos 12 meses do que no ano anterior.
Considerada uma “paixão” nacional, a carne é responsável por 86% da pegada de carbono da dieta do brasileiro. A conta vem de um estudo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), publicado nesta semana na revista científica “Environment, Development and Sustainability”. Além da emissão de gases de efeito estufa, a carne representa 90% do uso da terra no país considerando a dieta total, 77% da poluição de corpos d’água associados à produção de alimentos e 26% do uso da água.
