(Foto: Nicolas Castro)

A Operação Verão Total 2023/2024 iniciou em dezembro e deslocou 3.442 agentes e 824 viaturas para o Litoral Norte, visando reforçar a segurança nas praias, que neste período recebem visitantes de todo o estado.

Entre os servidores da segurança pública destacados para o litoral, estão os soldados Maicon, Ferraz e Van Hattem, do Corpo de Bombeiros de Dois Irmãos. Desde o final do ano, eles atuam como guarda-vidas em Imbé. O último dia de trabalho será domingo (3), e já no início da próxima semana estarão novamente à disposição em Dois Irmãos.

Prestes a encerrar a operação, os bombeiros relembram o socorro a cinco tripulantes que estavam na embarcação que virou no mar, no dia 14 de fevereiro, após sair do Rio Tramandaí. Junto com outros guarda-vidas, eles atuaram no resgate, que foi notícia em vários meios de comunicação.

O fato ocorreu por volta das 12h30. O barco pesqueiro, que seguiria para Torres, bateu em um banco de areia e ficou preso perto da orla, na altura da guarita 135. Com as ondas, a embarcação acabou virando.

De acordo com o soldado Maicon, que atua na guarita 134, momentos antes do acidente colegas já alertavam sobre uma embarcação desconhecida que tentaria entrar no mar. A partir dali, os bombeiros permaneceram atentos ao barco que, minutos depois, encalhou em um banco de areia e, na sequência, foi atingido por ondas fortes, causando o acidente. “Dois tripulantes caíram na água e outros três conseguiram subir na embarcação”, lembra o militar, contando que os dois pescadores que caíram no mar foram rapidamente socorridos por uma moto aquática.

Os outros três foram resgatados em ação conjunta entre guarda-vidas que entraram no mar nadando e a moto aquática. “Uma das vítimas entrou em pânico e aspirou muita água, precisando ser conduzida de helicóptero para o Hospital de Tramandaí”, lembra Maicon.

A forte correnteza daquele dia dificultou o resgate, uma vez que os próprios bombeiros corriam risco, diante dos destroços da embarcação que ficaram boiando na água. Durante a ocorrência, o soldado Maicon foi inclusive atingido por um pedaço de madeira e precisou de atendimento médico.

O soldado Van Hattem está na guarita 132 e viu o barco encalhando na zona de arrebentação do mar. “Logo fui em direção ao incidente, pela areia, e quando a embarcação virou, apressei o passo e corri em direção a ela, que encalhou a aproximadamente 700 metros da minha guarita. Os guarda-vidas das guaritas mais próximas já estavam na água”, lembra o soldado, que não resgatou diretamente nenhuma das vítimas, já que o transporte das mesmas foi efetuado pela moto aquática, no entanto, permaneceu no mar em apoio aos colegas. “No momento em que entrei no mar, não mensurei os riscos, sem me preocupar com tudo que estava boiando na água em razão do barco ter tombado; estava pensando somente em ajudar a resgatar os tripulantes”, diz ele, contando que havia geladeira, redes e muito cheiro de diesel na água. Naquele dia, segundo ele, havia ondas de até 2 metros de altura. “A cada onda que passava por nós, víamos destroços da embarcação vindo em nossa direção, tendo que desviar o tempo inteiro e, ao mesmo tempo, nadar contra a correnteza para ficarmos próximos ao barco para ser levado até ele de moto aquática”, comenta.

O soldado Ferraz, que também atua na guarita 134, estava chegando para mais um turno de serviço, quando percebeu a movimentação dos colegas. Imediatamente, auxiliou no atendimento à vítima que havia se afogado. Também atuou na retirada dos destroços e na ancoragem do barco.